Será que a rede ajuda mesmo você a conseguir um emprego novo em folha? Seu cadastro chega a ser lido? Ou é sumariamente... deletado? Para desvendar esse mistério, NOVA atacou em duas frentes: acompanhou a busca de Ana Claudia por uma vaga ao mesmo tempo que investigava os bastidores dos sites de recolocação e das próprias empresas. Leia agora a verdade sobre o que os recrutadores fazem com o seu CV depois que você clica no botão enviar. E aprenda macetes que deixam a concorrência comendo poeira. Ops, bytes.
A psicóloga Ana Claudia Soares, de 26 anos, sai da multinacional onde trabalhava. Determinada a ser analista de RH, vai para a frente do computador. Cadastra seu currículo em um grande site de recolocação e paga a mensalidade de 50 reais para ter acesso às vagas disponíveis. "Torço para o meu investimento não ser em vão", diz, reproduzindo uma desconfiança comum a todos que iniciam essa empreitada. Surpresa. Logo no dia seguinte, ela começa a ver na sua caixa postal dois, três, quatro, até sete avisos de que uma companhia está contratando. Espera aí! Por que tão rápido?
Primeira notícia diretamente dos bastidores do recrutamento via internet: descobrimos que esse tipo de site funciona como o de encontro virtual, daqueles que você acessa para achar sua cara-metade. Só que, em vez de pretendentes, ele rastreia no sistema ofertas compatíveis com o seu perfil. "Fazemos o meio-de-campo entre os que querem trabalhar e as empresas", explica Daniela Lemos, coordenadora do serviço de apoio à carreira do Catho Online, serviço usado pela psicóloga. Parece funcionar, porque os e-mails continuam chegando ao longo das semanas, e a idéia é responder àqueles que mais interessam, a fim de que o currículo seja encaminhado aos potenciais empregadores (o que eles fazem a partir desse ponto, você vai ver adiante). Em menos de um mês, Ana Claudia se candidata a nada menos que 118 vagas! Será que uma vai ser dela?
Pelo sim, pelo não, a psicóloga também se cadastra em outros seis sites de recolocação, só que gratuitos. Tem um retorno bem menor, mas ao menos cinco oportunidades chamam sua atenção, subindo agora para 123 as possibilidades de se dar bem. Para aumentar suas chances, Ana Claudia ainda explora outro canal de recrutamento, o próprio site de 55 empresas onde adoraria trabalhar. "Só uma oferece vaga de analista de RH no momento", constata, decepcionada. Envia correndo seu histórico profissional a essa, claro, e a mais quatro escolhidas a dedo (para ao menos entrar no banco de dados). "Me inscrever em mais seria perda de tempo", justifica-se a batalhadora Ana Claudia. Ela aguarda receber algum retorno enquanto se faz as seguintes perguntas a que NOVA procura responder agora.
Qual o tamanho da concorrência na internet?
Mesmo variando de site para site, ela sempre será beeem grande. Porque é um meio muito mais prático, barato e ágil de contratação, comparado aos anúncios em jornal. Só o www.vagas.com.br administra uma média de 6 milhões de currículos. Já no banco de dados da Schincariol, há 80 mil, enquanto no da Bristol-Myers Squibb são 17,7 mil. Se Ana Claudia tivesse se cadastrado na Natura, seu CV ficaria ao lado de outros 6,7 mil recebidos mensalmente. Portanto, a psicóloga fez bem ao atacar várias frentes para multiplicar suas chances de sucesso.
As empresas olham mesmo os currículos?
Sim e não. Há as que priorizam os cadastros virtuais, como é o caso da Schincariol. "Queremos trabalhar com aqueles que se interessam por nós", entrega Regina Stuque, gerente de desenvolvimento de RH. Já no grupo André Maggi, do setor de agronegócios, o meio online é apenas uma das possibilidades. "Primeiro fazemos uma seleção interna, depois pesquisamos no banco de dados do site", revela a psicóloga Ana Paula Polato, do recrutamento e seleção. "Paralelamente, complemento a procura com indicações, networking e empresas de consultoria." Exemplo diferente é o da rede de supermercados Pão de Açúcar, que recebe 4,8 mil cadastros por mês: ela vai atrás dos currículos colocados na internet se há recrutamento em massa. "Recorremos aos sites de carreira quando pretendemos inaugurar uma nova loja e teremos um grande volume de contratações pela frente", conta Silvana Regina Pires, gerente de atratividade e seleção. Como você pode perceber, chances existem, mas variam de acordo com a política de cada empresa.
Isso significa que não devo botar fé?
Claro que deve. Afinal, currículo em papel está em baixa: representa hoje apenas 10% do total. E as empresas esperam que você use o meio virtual para contatá-las - se Ana Claudia ligasse para o RH de várias delas, muito provavelmente seria orientada a entrar no site ou enviar seus dados via e-mail. Segundo nossa investigação, das 61 maiores companhias do país, apenas cinco não incluem o link Trabalhe Conosco. Entre as que oferecem essa porta de entrada, tanto para estagiários e trainees como para potenciais diretores, 57% costumam ter vagas disponíveis. Se o seu perfil não se encaixar em nenhuma delas, irá para um banco de dados e aguardará futuros processos de seleção.
Como consigo ser selecionada?
É praticamente impossível para um recrutador ler os milhares de currículos. Então, ele lança no sistema de busca algumas palavras-chave (como inglês, se a vaga exigir essa competência) para fazer a triagem inicial e chegar ao perfil ideal. Sendo assim, você pode ou não cair nessa rede dependendo da sua faixa etária, formação acadêmica, idiomas que domina, cidade onde mora... O cerco se fecha ainda mais num segundo filtro se o profissional desejado precisa ter diploma de determinada universidade, experiência no exterior ou em uma empresa concorrente... Quando chega a cerca de 30 sobreviventes, o selecionador continua o processo online enviando uma pré-entrevista, aplicando teste de inglês, elaborando perguntas específicas. A última fase é chamar você para uma conversa olho no olho. "Recebemos mensalmente cerca de 500 currículos no link do site e mais 4 mil pelo e-mail do RH, divulgado na página. Passo boa parte da manhã selecionando esses cadastros", conta a psicóloga Ana Paula, do grupo André Maggi.
Aliás, foi no endereço virtual dessa empresa que Ana Claudia encontrou a única vaga de analista de RH. Não conseguiu ser selecionada para essa, mas sim para duas outras (decorrentes daqueles 123 cadastros que fez por intermédio dos sites de recolocação). Ao todo, recebeu cinco telefonemas e agendou quatro entrevistas. "Não posso reclamar, mas, diante da quantidade de currículos que enviei, esperava mais", ela confessa.
Há um jeito de ter mais sucesso?
Sim. Um macete para se destacar na multidão é estar sempre entre os primeiros da busca. E você consegue essa façanha clicando no botão Atualizar - mesmo não modificando nada em seu cadastro. "No site das empresas, faça isso ao menos uma vez por mês; já nos de carreira, diariamente", recomenda Arthur Diniz, dono da Crescimentum, empresa de desenvolvimento de líderes. Patricia Fadini, gerente de planejamento de carreira da consultoria em RH Manager, aconselha a atualização - pasme - a cada duas horas. Segundo ela, a todo momento um recrutador insere uma vaga ou faz um filtro, e só assim você terá chances de estar lá, na pole positition. E corre à boca miúda entre os consultores o seguinte: dependendo do critério de seleção, a busca pode parar nos dez primeiros candidatos, se eles atenderem aos requisitos desejados. Não por acaso há sites vendendo o serviço de colocar seu currículo na frente dos outros numa busca. Custa de 70 e 120 reais.
Se Ana soubesse desse macete da atualização (além dos cuidados indicados no boxe ao lado), talvez tivesse aumentado sua exposição e sido convidada para mais entrevistas. Mas, apesar de ser marinheira de primeira viagem, ela chegou até o fim de dois processos seletivos. Além disso, aprovada nas duas entrevistas, teve o privilégio de escolher a melhor proposta - e foi via um dos sites gratuitos que utilizou. Depois de 51 dias na internet, a história de Ana teve final feliz: ela conquistou o sonhado cargo de analista de RH. "Acabei conseguindo um bom resultado e estou supersatisfeita com meu novo emprego", diz, comemorando.
CURRÍCULO SOBREVIVENTE
Não adianta gastar tempo cadastrando-se em todos os sites se não tiver em mãos um currículo bem-feito. E isso, por incrível que pareça, é coisa rara no mercado. A principal reclamação dos recrutadores é a falta de objetividade. Veja como entrar para o time dos poucos e bons:
PROIBIDO!
Erros de ortografia, gramática ou digitação não têm perdão. Vale a pena pagar por uma revisão. Não mande foto, pretensão salarial e referências. Isso será solicitado pelo contratante no momento certo.
CUIDADO, É LIXEIRA NA CERTA
Em certos campos do cadastro há um número mínimo e máximo de caracteres. Na falta de informação, muita gente preenche o espaço com repetição de vogais, ou outros recursos, imaginando que isso não vai ser visto. É pedir para ser deletada.
FORMATE BEM
Facilite a leitura usando tipologias mais simples, como Courier, Arial ou Times New Roman. Use frases curtas e não ultrapasse duas páginas. Três, só para que tem muita experiência.
NÃO VACILE
Cuidado para não escrever o óbvio. É claro que um gerente de marketing administra o marketing da empresa. O importante é mencionar suas competências, realizações e por onde direcionou a carreira. Caso não tenha muita experiência, exponha as qualificações pessoais. Outro detalhe: é preciso preencher todos os passos do cadastro, sem ignorar itens como cursos. Quem deixa espaços em branco acaba na lanterninha.
VÁ PARA A LISTA DE PREFERIDOS
Mostrar resultados sempre cai bem. Então, escreva informações como: "Desenvolvi tal projeto e aumentei as vendas em 20%". E foque no setor de seu interesse. Se a vaga for para a área comercial, mencione as realizações que têm a ver com esse departamento.
Currículo no youtube: essa moda pega?
Em vez de escrever suas habilidades numa página da internet, que tal apresentá-las na frente da câmera? Se você achou a idéia futurista, entre no YouTube, que já hospeda cerca de 1 600 videocurrículos. Há empresários apostando que o CV escrito está com os dias contados. Será?
autora: Daniela Folloni e Daniela Venerando
fonte: Revista Nova
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03/05/2007
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