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01/02/2010

Não perca a cabeça ao 'tuitar' no trabalho

fevereiro 01, 2010
Há pouco mais de uma semana, o meia-atacante Ryan Babel, do Liverpool, usou o Twitter para expressar insatisfação com o fato de ter ficado de fora de uma partida, por decisão do técnico do time. A direção do clube inglês aplicou uma multa ao atleta, equivalente a 173.000 reais, porque entendeu que ele tornou público um assunto que deveria ser resolvido internamente. O episódio ilustra um desafio crescente da vida de milhões de profissionais que utilizam o Twitter, em particular, e as redes sociais, em geral: como aproveitar os benefícios desses ambientes virtuais com prudência. Muita gente mistura vida pessoal com o trabalho e divulga informações que deveriam continuar sob sigilo corporativo. Acaba, assim, arriscando a carreira.

Para a professora de ética Maria Cecília Coutinho de Arruda, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), as opiniões divulgadas no Twitter, blogs e outras redes não devem ultrapassar o "limite do bom senso". "Falar mal de algum colega de trabalho ou superior hierárquico e expor defeitos ou erros de terceiros são condutas antiéticas, que não devem ser seguidas por ninguém", afirma.

Um dos erros mais comuns, de acordo com a professora, é a divulgação de informações consideradas confidenciais. "Muitas vezes, um simples comentário na internet sobre uma negociação que está sendo encaminhada, a apuração de um processo que está sendo feito, ou mesmo sobre o lançamento de algum produto, pode prejudicar a empresa."

Outros "descuidos" são facilmente passíveis de punição. É o caso de textos em que há clara ofensa e até ameaça a chefes e colegas (veja reproduções reais retiradas do Twitter nesta página). As mensagens desse tipo podem trazer implicações trabalhista, civil e penal, explica o advogado Estevão Mallet, da Mallet Advogados Associados. "Se o conteúdo de posts ocorre no âmbito da relação de emprego e diz respeito a colega ou chefe de trabalho, é caso de demissão por justa causa", diz o advogado. Mallet lembra ainda que, se a mensagem contiver algum teor de calúnia, difamação ou injúria, o ofendido pode entrar na Justiça com pedido de indenização.


Para evitar conflitos, algumas empresas têm adotado códigos de ética que restringem o uso de blogs e redes sociais durante o expediente. Outra tática é orientar seus colaboradores. Em setembro do ano passado, postagens de atores, atrizes, diretores e jornalistas da TV Globo fizeram com que a emissora proibisse comentários acerca de temas e informações relacionados às atividades da empresa em blogs, Twitter e outras redes sociais. A alegação: a medida pretendia proteger os conteúdos do canal "da exploração indevida por terceiros, assim como preservar seus princípios e valores".

"É difícil monitorar o uso do Twitter e de outras redes sociais dentro da empresa porque atualmente boa parte do que é postado é feito a partir dos celulares pessoais”, diz Leyla Nascimento, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-Nacional). As empresas de grande porte são as mais preocupadas em orientar seus profissionais sobre o modo pelo qual se expressam.

"O Twitter não é uma agenda pessoal. É uma manifestação do ponto de vista das pessoas que compartilham com outras o seu expertise", defende Leyla. "Mas acabou virando o estado da arte de 'como estou' e, dependendo desse 'como estou', o funcionário pode colocar em vulnerabilidade o ambiente organizacional", conclui.

O conteúdo do que se posta nas redes sociais é tão importante que as empresas já estão de olho nele. Mais do que isso: elas levam em consideração o que candidatos a uma vaga colocam no ar antes de se decidir pelo profissional A ou B. "O profissional deve lembrar que está sempre assumindo a responsabilidade pelos seus atos quando posta algum comentário na rede e essa mesma postura pode ser julgada pela empresa que está contratando", diz Leyla.

Profissionalismo no Twitter e nas redes
O que não se pode - e o que não se deve - fazer durante o trabalho

Situação
Como agir
Atualizar blogs e perfis em redes sociais durante o expediente
Depende da política interna de cada empresa. Procure se informar se a prática é permitida no seu local de trabalho
Postar informações confidenciais
Devem ser mantidas em sigilo e nunca tornadas públicas, sob pena de demissão por justa causa
Fazer reclamações corporativas
Falar mal ou denegrir a imagem da empresa também pode render demissão - e processo judicial
Desabafar sobre chefe e colegas
Nunca se deve falar mal ou ofender colegas ou superiores hierárquicos. Pena: demissão por justa causa
Fazer comentários em geral
Não há problema em postar comentários sobre acontecimentos públicos divulgados pelos meios de comunicação
"Lazer" no trabalho
Nunca diga que está ocioso no trabalho: isso pega muito mal


fonte: http://veja.abril.com.br

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