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08/07/2008

Efetivação exige mudança de comportamento de estagiário

julho 08, 2008
O direito de errar parece garantido para estagiários. Apesar de constantemente observados e exigidos, esses aprendizes têm uma margem maior para a execução das tarefas em comparação com os profissionais formados. Entretanto, a tolerância diminui quando têm o privilégio de lutar por uma efetivação, ou mesmo por um programa de trainee. A boa notícia da contratação vem acompanhada pela carga da mudança de postura e cobranças. A transição entre um período de aprendizagem e aquele em que será exigido como profissional maduro é importante e demanda, além de maturidade, muito tato para não cometer erros, tanto de postura como na realização das tarefas. Que o diga quem já atravessou essa fase.

Karina: "Brincadeira agora é de gente grande"

"No estágio tive boa aprendizagem e conhecimentos técnicos. Entendo que no trainee você é um profissional já com alguma experiência, com exigências maiores e mais rígidas. A brincadeira agora é de gente grande", diz a estudante Karina de Oliveira Godoy, que espera se formar no curso de Propaganda e Marketing em dezembro de 2008 para iniciar as inscrições nos programas de trainee. A universitária de 21 anos pretende se candidatar em todas as oportunidades que estiverem de acordo com seu perfil.

"Vou apostar minha carreira nos programas. Depois da experiência como estagiária, chegou à hora de levar para a prática profissional o que aprendi em todos os anos de faculdade". A futura formanda, que dois anos no Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo, acredita na formação que teve tanto na faculdade quanto no estágio para se candidatar aos programas de trainee.

A consultora sênior da Cia de Talentos, empresa de recrutamento e seleção de estagiário e trainee, Valéria de Oliveira Gomes, explica que as exigências mudam quando acontece a transição do estagiário para trainee ou deste para a efetivação. "As expectativas são diferentes. O estagiário é cobrado como estudante que precisa aprender e o trainee como um profissional que já tenha evoluído", afirma Valéria.

Rodrigo: "Responsabilidades por resultados são maiores"

Outro que passou por essa transição e guarda experiências valiosas é o contabilista Rodrigo Martins Herrera, de 27 anos. Ele complementa a colocação de Valéria quanto às responsabilidades de estágio para trainee. Ele, que estagiou por um ano e meio na área de crédito corporativo antes de ser trainee, considera o estágio como uma parcela na formação profissional.

"Estagiei em diversas áreas administrativas. Aprendi a lidar com pessoas, a fazer trabalhos operacionais e em grupo, respeitar os níveis hierárquicos e a começar a lidar com desafios. No trainee tive acompanhamento de gestores que me deram segurança para realizar as atividades". Na opinião de Herrera, o que muda depois da contratação ou como trainee é que os gestores esperam mais da pessoa como profissional. "A cobrança dos gestores para se criar projetos e soluções são mais freqüentes e as responsabilidades por resultados são maiores. O desafio e a ambição profissional ganham mais peso. No estágio temos apoio e no trainee precisamos criar", diz Herrera.

Mudanças práticas

Na opinião da consultora sênior da Cia de Talentos, Valéria de Oliveira Gomes, as exigências técnicas de um estagiário e um contratado, em geral, não se diferenciam. "Os conhecimentos em idiomas e informática não apresentam mudanças. Geralmente o domínio de algum idioma faz a diferença em ambos os níveis", garante ela. Valéria aponta que o preparo vai além de conhecimentos teóricos, o que também muda são as competências práticas. "Trabalho em equipe, jogo de cintura, experiências profissionais anteriores e maturidade. O contratado estará mais exposto e pode ter a responsabilidade de administrar um departamento, por exemplo", declara ela.

Segundo a opinião de Valéria, a forma de encarar o trabalho do recém-contratado é diferente porque parte da idéia dele já ter caminhado desde o estágio. "As expectativas surgem das atividades práticas que envolvem tomadas de decisões e postura crítica. Ele é um profissional em treinamento, tem um plano de carreira, está formado e maduro. Essas responsabilidades se refletem no salário, geralmente chamativo".

Em média a remuneração de um trainee é de R$3.500 a R$4.000, mais os benefícios como vale-refeição, alimentação, assistência médica e odontológica, previdência privada e, a depender da empresa, participação nos lucros. O salário e os benefícios, porém, podem variar de empresa para empresa, sendo ela nacional ou multinacional.
Média salarial de trainees
ÁREA MÉDIA SALARIAL
Administração R$ 1.284,00
Comercial R$ 1.655,88
Comércio Exterior R$ 1.733,00
Comunicação Social / Editoração R$ 1.782,25
Engenharia R$ 2.185,50
Financeiro / Contábil R$ 1.549,60
Hotelaria / Turismo R$ 1.635,50
Industrial / Operações R$ 2.275, 44
Jurídica R$ 1.533,67
Publicidade / Propaganda e Marketing R$ 1.632,00
Recursos Humanos R$ 1.562,00
Sistemas / Informática / Internet R$ 1.470,33
Telecomunicações R$ 1.359,50
Crédito: Catho Online


A remuneração tentadora e um programa de treinamento que visa o crescimento do candidato é o grande chamariz de inscrições. De acordo com Valéria, os programas mais consolidados no mercado chegam a receber a média de 15 a 30 mil candidatos. "Esse número representa uma competitividade enorme. Normalmente o número de vagas varia de 10 a 30, dependendo da empresa".

Para justificar a grande procura, a alta remuneração e todas as responsabilidades do trainee, o sócio-diretor da RSC Auditoria e Consultoria Contábil, Julian Clemente, responsável pela seleção de candidatos a trainee passa as dicas do que é observado entre tantos currículos recebidos.

"A vontade de crescer é percebida no processo seletivo. É necessário querer investir na carreira, ser atualizado, gostar do trabalho, ler e estar ciente da área de atuação que deseja seguir", diz. Para Clemente, a boa formação também conta pontos em um processo seletivo. "Investir em cursos significa que o candidato é preocupado com o próprio aprendizado e com a necessidade do mercado, uma pós-graduação é sempre relevante".

Outras características também são consideradas pelo selecionador. "O candidato, de preferência, deve ter até 25 anos para ter tempo de se desenvolver. Nota-se gagueira, tiques nervosos, volume de voz, equilíbrio emocional, postura profissional e se há cuidado com a aparência, uma vez que o funcionário representa a empresa no mercado", diz Clemente.

Na opinião de Clemente, todas essas observações são criteriosas para proporcionar um bom desenvolvimento dos trainees. "Eles são avaliados todos os dias, em cada trabalho há um acompanhamento por um gestor, os que não atingem um bom desempenho não dão continuidade na empresa", alerta ele.

fonte: http://www.universia.com.br

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