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08/07/2008

O design desvalorizado

julho 08, 2008
Veja trouxe em 2006 uma entrevista com o designer francês Philippe Starck.

Veja: EXISTE UM CONSUMO EXCESSIVO DE DESIGN ATUALMENTE?
Phillippe: Com certeza. Design não é mais prioridade (*??*) acho que sua era acabou. Mas os ideais e as batalhas continuam. Uma das batalhas que eu travo há vinte anos e ainda não acabou é a defesa do design democrático. Não aceito que ele seja uma coisa de rico. Quero que produtos acessíveis sejam comprados por todos. Portanto, o aspecto do design que ainda permanece é o humano, o político. Não se trata mais de estética e tendência.

Tudo bem que ele falou sobre o Design de Produto, não o gráfico, minha área. Mas hoje recebi um telefonema que me assustou e transcorreu mais ou menos assim:

[ Apresentações ]
Ciclano: Quanto você cobra para fazer um site? Não preciso de programação, apenas o layout.
Eu: Bom, isso depende muito, como você quer que o layout seja entregue? Html, Html + css??

Ciclano: Css?? Não eu quero só a imagem…
Eu: Ah bom, quantas páginas serão? Quem é o cliente, me fale mais sobre o job.

Ciclano: Eu tenho uma empresa XTO² [nome fictício] mas meu ‘uebidesainer‘ está atolado de serviço e eu preciso de alguém para dar saída nesse site. Ah, preciso também que você trabalhe aqui na empresa…
Eu: Bom isso é um pouco complicado, porque eu trabalho em uma outra empresa, e ainda tenho meus clientes como freela para atender.

Ciclano: Tudo bem… mas quanto você cobra?
Eu: Será um site mesmo?? Um portal, um hotsite?? Vai ter quantas telas?

Ciclano: Não você fará só a Home, o resto o meu pessoal faz, não precisa de flash, html, nada, me entrega só o layout. Eu coloco minha empresa à disposição, você pode usar maquina, telefone, fax, tudo…
Eu: Bom, prefiro fazer daqui mesmo… mas assim é complicado dar preço, preciso de mais detalhes…

Ciclano: Não, me fala ai mais ou menos quanto…
Eu: Bom uns 400 a 500 Reais, por baixo, mas pode ser que isso mude.

Ciclano: Não você não entendeu, quero só o layout.
Eu: Pois é.

Ciclano: QUINHENTOS REAIS???
Eu: Mais ou menos isso.

Ciclano: Tá muito caro… O mais caro que me cobraram foi 150 R$. �? esse mesmo o seu preço?
Eu: Sim!

Ciclano: Mas é só um layout.
Eu: Só? um layout, é o branding do seu cliente aplicado à ele, é tratamento de imagem, serão horas, talvez dias pensando na solução visual para o site do seu cliente. �? a solução gráfica para um problema de comunicação que o seu cliente tem.

Ciclano: Ah, tudo bem então, obrigado.
Eu: De nada.

Desliguei o telefone e não sabia se ria ou se chorava. 150R$, tudo bem, contrate o pré-adolescente que lhe entregara alguma coisa ‘photoshopada‘, que seu cliente achará lindo, e a mulher dele também, e daqui alguns meses seu cliente vai me ligar com aquela velha história: ‘Alô, Rafael, cara eu fiz um site com um cara que concerta meu computador e…’

fonte: http://www.ideiadigital.ppg.br

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Desvalorização do profissional

Na lista de discussão do site 10 minutos em 2007 houve uma discussão sobre um mebro que fazia sites de R$ 100,00 à R$ 300,00. Uma pessoa da lista fez um grande desabafo falando realmente o que acontece hoje nessa profissão que amamos tanto. Fico revoltado com isso e as palavras da nossa amiga Rosangela Martins mostram exatamente o momento do mercado web.

Leia o texto abaixo e reveja os seus conceitos profissionais.

Acredito que discussão por este motivo não e viável, além de não levar a gente a lugar algum.

Gostaria de expor minha opinião, referente ao trabalho do Yeltsin. Hoje vivemos em uma profissão totalmente prostituída, por que existem adolescentes como o nosso rapazinho que desenvolve site para o pai, para o tio, para o vizinho, pai do amigo assim sucessivamente e cobra R$ 100,00 ou R$ 300,00. Nos sites que o Yeltsin apresentou não existe técnica e nem um trabalho esteticamente bonito. Ou seja, se um dia o pai dele for atrás de uma Agência ou um Freela para desenvolver um site, ele vai achar nossos valores alto e ainda vai dizer: Nossa! mas meu filho de 15 anos faz a mesma coisa.

Puxa vida, ninguém olha pro filho e diz: - Filho me prescreve um remédio ou filho vai advogar na minha causa ou coisa do gênero, mas pode pedir pro filho fazer um site e ainda acha isso bárbaro. Espero que vcs compreendam o que eu quero dizer.

Sou formada e trabalho em uma agência de comunicação e tbm faço serviços como freela, preciso pagar conta, preciso comer, preciso me vestir e não posso fazer sites por R$ 100,00 como o Yeltsin. Na hora que eu preciso cobrar um valor justo, os clientes acham caro.

Nossa profissão é extremamente desvalorizada por atitudes anti ética e sem profissionalismo. Quais são as empresas que valorizam nosso trabalho? Apenas as grandes, que são pouquíssimas no mercado. E as médias e pequenas empresas não querem pagar o valor justo para as agências e Freelas profissionais. Galera gastamos uma boa grana em estudos, cursos, workshop, muitas horas acordados, final de semana dentro da Agência ou em nossos quartos, para nos deparar com adolescentes querendo ser profissionais e desvalorizando nossa profissão.

Yeltsin, quero que você compreenda esse desabafo de profissional que sou, amanha será você correndo atras de clientes e apresentando sua proposta e eles olhando pra sua cara e dizendo: Nossa, meu filho sabe fazer isso ou nossa isso é tão fácil de fazer que até meu sobrinho faz. Esse tipo de frase pra um profissional é triste e ver nossa profissão que tanto amamos ser tratada dessa forma é lamentável. Vou lhe dar um conselho, estude bastante, faz projetos experimentais, leia artigos de WEb 2.0 ou qlq coisa do segmento, vá em museus, teatro, cinema, exposições, visite sites nacionais e internacionais, veja revistas, livros de artes, consuma muita referencia e estude muito, assim você pode ter certeza que terá muito conteúdo e referencia, conseqüentemente você irá desenvolver projetos memoráveis e que com certeza você será muito elogiado e admirado, mas brincar de ser designer hoje e oferecer sites como que você apresentou só irá prejudicar sua imagem como profissional.

Galera, vamos defender nossa profissão e valorizar todo investimento que fazemos em nossas carreiras e quando conhecer um profissional, não tão profissional, fale para ele brincar de ser médico, arquiteto, advogado ou qlq outra coisa, pois temos designers não designer demais no mercado.

Desculpem me texto extenso, mas precisei desabafar ehehe.

Abs
Rosangela Martins,

fonte: http://www.rogeriopa.com

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Achei interessante trazer estes artigos por causa de alguns comentários de uma vaga anunciada aqui no Publicijobs espero que alguns leitores reflitam e vejam quem realmente leva a desvalorização do mercado, se ele esta desvalorizado foi culpa dos "profissionais" que se submeteram a um leilão do próprio trabalho, portanto VALORIZEM-SE!

Iris
Equipe Publicijobs

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